Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




calendário

Maio 2014

D S T Q Q S S
123
45678910
11121314151617
18192021222324
25262728293031

Arquivo/ Archive

2014

2013




Pesquisar/ Search

 



Querida Mãe

Sexta-feira, 25.04.14

A minha mãe faria hoje, dia da Liberdade, 78 anos. É difícil imaginá-la com essa idade, e se calhar faz sentido que assim seja - ela nunca quis que a víssemos senão jovem. Não é uma crítica, é um facto. Era uma mulher que nunca passava despercebida, mais que tudo porque era mesmo diferente das demais...as outras mães que me perdoem (e eu incluo-me nelas), mas quando Deus a fez, partiu o molde. É uma força de expressão, claro (Deus faz-nos a todos dessa maneira) e não quero com isto dizer que era uma mulher perfeita, mas não escolheria nenhuma outra para me carregar nos braços. E de alguma maneira, mesmo nas falhas, tinha qualquer coisa de comovente...não sei explicar. Tinha um feitio que oscilava entre o sanguíneo e o melancólico, o que fazia dela muitas vezes uma pessoa imprevisível. Para uma criança, isto nem sempre é bem vindo...mas hoje sou adulta, e já consigo entender bem melhor o que a movia. Uma das coisas que me lembro dela é que não odiava ninguém. Ficava muitas vezes profundamente magoada, mas não lhe vislumbrei um pingo de ódio em relação a esta ou aquela pessoa - e olhem que houve muitos que lhe fizeram mal, normalmente os que lhe estavam mais próximos. Não, não era perfeita. Ainda assim, daria metade de mim para que ela não tivesse ido tão cedo. Na altura, foi um golpe maior do que achei que conseguiria suportar. Hoje, é um golpe maior do que consigo suportar. Mas suporto. Afinal, a voz dela está muitas vezes nos meus sonhos, e ainda hoje, quando digo a palavra Mamã, vem-me à memória a mistura de cheiros que sempre lhe senti na pele. Foi-se a pessoa inteira, mas Deus deixou-me guardar uns pedaços no coração...

 

O livro Mãe Há Só Uma, compilado pela Diamantina Rodrigues em 2013 e editado pela Verso de Kapa, reuniu uma série de testemunhos de fuguras públicas acerca da sua mãe. Transcrevo hoje uma parte do texto que escrevi:

 

«Há 44 anos  que trago comigo a imagem de outra mulher, e a comparação nunca me favoreceu. A Mamã era mais, era mais que qualquer outra, e tinha palavras que enchiam o coração das pessoas. E era mesmo do seu coração que provinham as saídas da vida para nós, os filhos, para a família, os amigos, para todos os que na sua presença pareciam menos brilhantes, mais previsíveis...foi do seu coração que me amamentou, e gostávamos as duas tanto desse nosso ninho que o abraço durou 5 anos. Que aberração, pensam alguns...que bênção, digo eu.

São também 5 os filhos que deu ao Mundo, que o 6º ficou por nascer. E sabendo disso, cresce a minha admiração por si, não porque as melhores mães têm muitos filhos, mas porque cada filho que nos nasce leva um pouquinho de nós com ele– sabia que no cérebro do bebé se escondem células da própria mãe? - coisas que nunca nos serão devolvidas, e esses pedaços com que lhe ficámos, a Mamã nunca lhes sentiu a falta. Antes parecia ficar mais de si depois de cada parto – e que difíceis que foram todos, até ao último!

Não falámos muito as duas, mas sei que teve sonhos que nunca cumpriu. Sei que quase sempre fez o que outros queriam que fizesse, e que no dia em que decidiu que tudo ia ser diferente, muitos pensaram mal de si. Eu, por exemplo. Perdoe-me, mãe. Por favor compreenda que tudo o que um filho pequeno quer é que a mãe fique sempre igual, que nunca mude, que nunca se mostre independente ou completamente autónoma, e muito menos que pense em sair, em desaparecer, em fechar  a porta atrás de si e nunca mais pensar em nós. Por favor compreenda que eu não compreendia.»

 

Não compreendia, de facto...e acho que, de certa maneira, nem ela compreendia. Agora percebo à distância que as mães se sentem muitasvezes divididas em porções ínfimas e indistintas, que os seus corações sentem coisas que não podem exprimir, e que essa não-expressão é ao mesmo tempo coisa certa e coisa errada...acima de tudo, gostava de poder dizer-lhe isto a ela, e não a vocês...

 

Maria Helena era o seu nome, e um dos cantores de que sempre gostou foi Nat King Cole...por isso, fiz esta colagem de fotos que representam quase 54 anos de vida. Feliz Aniversário, mãe!

 

 

 

 

 

Today is Freedom Day, and my Mother would be turning 78. It's hard to imagine her at that age , and maybe it makes sense that it is so - she never really wanted to be anything but young. It's not criticism, it's a fact .

She was a woman who never went unnoticed , most of all because she was so different from all  the others ... myself included. When God made ​​her, He broke the mold. It's a figure of speech, of course ( God allways breaks the mold) and I don't mean to say that she was perfect, but I wouldn't choose any other to hold me in her arms. And somehow, even when she failed us or anyone else, there was something moving about her... I can't explain. Her nature was somewhat impetuous and melancholic, which made her a very unpredictable person. For a child, this isn't always easy... but now I'm older , and I can understand her better. One of the things I remember most about her is that she didn't hate anyone. She was often deeply hurt but others, and many times they were the ones that were closer to her, but there wasn't an ounce of hatred towards this or that person. But she sure wasn't perfect. Still, I'd give half of me so that she wouldn't have left so soon...at the time , it was a bigger blow than I thought I could bear. Today , it is a bigger blow than I think I can bear. But I bear it. After all , her voice is often in my dreams, and still , when I say the word Mom , the mixture of scents that made her skin always comes to mind. Gone is the whole person, but God left me with some bits of her in my heart ...
 
The book We Have Only One Mother, compiled by Diamantina Rodrigues in 2013 and edited by Verso da Kapa, convened a series of testymonies of celebrities and their mothers. Here's part of the text I wrote :
 
"For 44 years I've borne the image of another woman, and the comparison has never favored me. Mom was more, much more than any other, and she always had words that filled people's hearts. It was from your heart, Mother, that everything you did has flowed, and it was from it also that we have all proceeded...In your presence everyone seemed less bright, more predictable. It was also from your heart that you nursed me , and we both liked our nest so much that our hug went on for five full years. An aberration, some think...a blessing, I say.


Five babies came into the world through you. Knowing this my admiration grows, not because the best mothers have with many children, but because every time a child is made, the mother gives up a little bit of herself - did you know that the baby's brain holds a portion of his mother's own cells ? - These pieces we lose forever, but you never seemed to be missing them, and there always seemed to be more of you to give away after each one of us was born - and how difficult were those births, until the very last one!


We didn't talk much about these things, but I do know you had  dreams that were never fulfilled. Mostly, you did what was expected of you  and when the day came that you decided it wasn't going to be like this anymore, many people judged you. I was one of them. Please forgive me, Mother. Please understand that all a child wants is for their mother to never change, to never show complete independence and autonomy, let alone to think of turning around, closing the door, and leaving us behind. Please understand that I did not understand.»


It's true, I didn't. In fact...I think that in some way neither did she. At a distance now, I realize that realize that mothers often feel like they're being split into so many different directions, in tiny little indistinct portions, and their hearts are filled with things they can't express, and that that silence is both wrong and right...above all, I wish I could be telling her this, and not you.
 
Maria Helena was her name , and Nat King Cole was one of her favorite singers... so I made ​​this little photo collage that represents nearly 54 years of life. Happy Birthday , Mom!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

A Voz

Quarta-feira, 16.04.14

Hoje é Dia Mundial da Voz! Aposto que não sabiam...não me admira, a voz é daquelas coisas que nunca valorizamos, até a perdermos. Mas acreditem que, tanto literal como figurativamente, é dos nossos maiores tesouros. A voz fala sem que nós queiramos, cala-se quando precisamos dela, parece ter vida própria quando nos emocionamos ou quando tentamos esconder algo que nos amedronta. É o escape de um instrumento maior que é o Corpo, outro bem que, graças à influência no pensamento moderno de algumas filosofias orientais e até do pensamento grêgo clássico, aprendemos muitas vezes a desvalorizar. Aquela cena do: o que é do corpo é básico, o que é da mente é elevado...não, não vem do Judeo-Cristianismo. Aliás, bem vistas as coisas, tanto o Judaísmo como o Cristianismo colocam o corpo numa posição de grande importância e destaque, de mãos dadas com o espírito. No caso dos Cristãos, acreditamos até que a eternidade não será vivida só em espírito, mas num corpo redimido. Mas adiante...hoje é Dia Mundial da Voz! A propósito disto, vou falar-vos da Associação Portuguesa de Locutores, que podem encontrar aqui...

 

A APL faz hoje 2 anos, mas já nasceu há mais tempo nos intentos e corações de alguns resistentes desta área. Falo do Alfredo Brito, do Bruno Ferreira, do Augusto Seabra, do Paulo José...mas não só. Somos quase 30 neste momento, e já perdemos alguns pelo caminho. É tarefa dura, e com potencial para muitos desentendimentos, esta de organizar artistas. Se o meu passado sindicalista no SNPVAC me preparou para lidar com algumas contrariedades próprias de mobilizar e moralizar um conjunto informe e heterogéneo de gente, nada se compara ao esforço de reunir debaixo do mesmo guarda-chuva de ética e profissionalismo perfis tão díspares como os que se encontram nesta área. Mas faz-se...e a propósito desta dificuldade, e do que poderá estar na origem dela, alguém me enviou pelo Facebook uma mensagem que ilustra bem a necessidade de nos agarrarmos a determinados valores e princípios, sob pena de desvirtuarmos por completo a nossa profissão que é tão significativa e importante. Vou transcrever:

 

«Creio que a algumas pessoas faltou terem uma professora primária como a minha que, dum modo infantil e simples fazia formação cívica. Aplicada a esta conversa ela contou uma vez a história das vendedoras de limões no mercado que vendiam cada uma 5kg de limões diariamente a 10 escudos o quilo. Até que um dia uma decidiu querer vender mais que as outras e baixou para 5 escudos o quilo. Não me querendo alongar, é óbvio que a história acabou com todas a venderem os mesmos 5kg diários, mas a 1 escudo o quilo. Moral da história dizia ela: a ganância a todos prejudica.»

 

Esta professora deveria ter recebido um prémio, por entender que é desde pequeno que se forma a consciência do Homem de que sem os outros conseguimos muito pouco, ideia que se abandonou em favôr de outro tipo de preocupações mais individualistas. Apela-se para o Eu e o Meu, e esquecemo-nos que o Nós é a base da própria sociedade, e que esta só perde quando tenta desvalorizar a virtude do associativismo. Passou a ser coisa de comuna (perdoem-me a expressão pejorativa). Como em termos de ideologia política cada vez me interessam menos os nomes dos partidos e mais o que eles de facto praticam - e já parece impossível de ignorar que o sistema não é democrático, mas sim plutocrático - não posso deixar de afirmar que precisamos de mais união nas nossas fileiras. Precisamos de união no trabalho, na família, na igreja, nas diferentes esferas em que cada um se move  e onde afirma a sua identidade. Precisamos de coesão e essa implica sacrifício - muitas vezes do que eu penso, do que eu quero, do que eu planeio - e essa, meus caros, é uma palavra que está muito fora de moda. 

 

Obrigada, Deus, por me teres tornado tão démodé.

 

Ah, querem ver o vídeo da APL? Ok

 

Já agora, hoje à noite vou estar no 5 Para a Meia-Noite do Markl. Apareçam.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Mesmo que fique parado...

Terça-feira, 04.02.14

A minha amiga Bertha Perez é uma mulher cheia de energia, que se levanta às 5 da manhã para orar por pessoas que às vezes mal conhece...é uma das minhas heroínas, sem dúvida. Ex-militar do Exército colombiano, casada com um Pastor evangélico espanhol e a viver em Portugal, parece não ter fim o número de actividades que a Bertha inicia e com as quais se compromete de coração. Uma delas dá pelo nome de Adan Portugal, ou Associação De Acção social para o Necessitado. O nome é bastante expressivo - é simplesmente uma ONG que desenvolve projectos que vão ao encontro de necessidades como vestuário, calçado, cuidados de saúde, (enfim, coisas básicas a que todos devíamos ter acesso) de determinadas populações mais fragilizadas, como por exemplo as pessoas com deficiência. Uma das acções mais regulares da Adan é a viagem a Marrocos, que acontece em Abril, e que mais uma vez este ano vai poder contar com voluntários das mais variadas áreas, especialmente a saúde. Sei pelos relatos que me chegam que esta oportunidade é uma verdadeira benção...também para os voluntários. É óbvio pelas fotos e vídeos que nos trazem que há muito a fazer, que as dificuldades são enormes, que seria muito mais fácil ficar em casa à espera que outros resolvam o que está mal no mundo...mas que algo acontece quando nos desafiamos para fazer algo talvez um pouco assustador e até arriscado, quando nos sujeitamos à possibilidade até de sermos alvo de troça ou descrédito, para simplesmente nos colocarmos na brecha por quem raramente tem voz para se defender a si mesmo. Se pensa que tem o que é preciso para fazer face a estes desafios - ou se pensa que não tem, mas ainda assim quer tentar - porque não fazer parte deste grupo? O melhor mesmo é contactar a Adan, e para isso assista a este vídeo que fiz para si...há muitas maneiras de ajudar mesmo que fique onde está!

 

My friend Bertha Perez is a very energetic woman, who gets up at 5 in the morning to pray for people that she sometimes barely even knows...she is undoubtedly one of my heroes. A former officer of the Colombian Army, married to a spanish evangelical Pastor and now living in Portugal, there seems to be no end to what Bertha can do, or to the level of commitment that she's capable of. One of her projects is an ONG called Adan Portugal - Social Action Association for the Ones in Need. The name is pretty expletive - it's simply an ONG that develops projects that meet the most basic needs like clothes, shoes and medical care (things that we should all have) of vulnerable populations, like people with disabilities. One of their most regular events is their trip to Morocco, which happens in April, and that includes volunteers that specialize in health care, but not only. I've been told that this opportunity is truly a blessing...also for the volunteers. It's pretty obvious when you look at their photos and videos that there's a lot of need out there, that you have to jump through all kinds of obstacles, that it would be so much easier to just sit on your couch and let someone else fix what's wrong with the world...but something happens to you when you challenge yourself beyhond your abilities, when you do something that's a little scary and maybe even risky, when you subject yourself to the possibility of being mocked or dismissed, simply to stand in the gap for the ones that have no voice to be heard. If you think you have what it takes to meet these challenges, or that you don't but you'd still like to help - why not be part of this group? The best thing you can do is contact Adan, and to know how just watch this little video I made for you...there're many ways to help even if you stay where you are!

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Fashion e outras tendências

Terça-feira, 21.01.14

Este mês sou a personalidade convidada pelo Magazine Tendências da La Redoute para dar o meu testemunho quanto à presença da marca na minha vida. Não foi difícil: desde há muitos anos que o catálogo entrou na casa da família. Um dos comentários que mais tenho ouvido é o facto de ter sido através do catálogo que certas marcas se tornaram mais acessíveis para muitos - eu incluída. A escolha é imensa, e agora mais do que nunca, os descontos são generosos e bem vindos. Mas porque falo eu disto? Porque fiz um trabalho e quero que saibam disso? Porque alguém me obriga por contrato a fazê-lo? Nada disso. Para além do facto de gostar de trabalhar - gosto mesmo - o dia que passei com esta equipa foi muito compensador. Claro, sabe bem voltar a ser modelo por um dia - se calhar por isso, porque foi só um dia ; ) - e ser maquilhada e vestida e, pronto, fazer de boneca. Mas para além de tudo isto, há uma lição a aprender. 

 

Fui de coração um bocado apertado para este dia. Chovia imenso, a viagem de carro é comprida, não tinha dormido muito bem - enfim, na minha cabeça passavam muitas ideias ao mesmo tempo, e as inseguranças parvas de quem se acha fora de prazo aos 44 anos para fazer de miúda gira numa sessão de moda. A atestar essas inseguranças, esperavam-me roupas que, por minha culpa, eram demasiados grandes para o corpo que as iria vestir. A minha amiga e stylist Elisa d'Almeida, do blog A Beleza É Um Lugar Estranho (e que foi responsável pelo styling enquanto estive no Mais Mulher), já me aturou muitas destas e sabe do que estou a falar...mas a minha dismorfia não era bem o problema, nem o que mais me preocupava. 

 

Fui modelo durante uns anos (entrei na Central em 1989, mas já trabalhava desde 1987), e algumas das minhas memórias ligadas aos trabalhos que fiz têm muito a ver com um certo ambiente de trabalho que não considero muito saudável. Há muitas pessoas envolvidas, muitas cabeças, muitas sentenças, e principalmente durante os almoços ou jantares não raro se ouviriam conversas pouco edificantes, com maledicência e outros tiques que, de uma maneira ou de outra, todos acabávamos por partilhar, quase por osmose. Sei que isto não acontece só na moda: ao fim e ao cabo, quando as pessoas têm de conviver com gente que mal conhecem acabam por tentar nivelar a coisa pelo denominador comum mais básico de todos: o disparate. 

Quem me conhece sabe que, quando deixada à solta, posso ser a mais disparatada de todos. Esta foi aliás a minha arma durante os anos difíceis do liceu, para lidar com um certo sentido de estranheza que me fazia muitas vezes pensar que para ser aceite tinha de fazer os outros rir. Agora, a anos-luz dessa realidade de outrora e já sem a mesma necessidade premente que sentia de agradar aos outros em detrimento do que sabia ser certo e errado, ainda assim dou por mim a querer preencher espaços vazios de conversa com brincadeiras e piadinhas. Um mau hábito que agora detesto.

 

Por tudo isto, ia um pouco preocupada com o que ia encontrar, que pessoas ia conhecer, o que esperavam de mim, que lhes podia eu dar que não fôsse contra aquilo em que acredito, como podia fazer um bom trabalho sem me sentir obrigada a comprometer nada do que creio ser essencial e importante. Parece cansativo, não parece? E é. Decidi entregar estes pensamentos na mão de Deus e acreditar que o que foi não tem de voltar a ser, que o meu passado não tem de condicionar o presente nem o futuro. Decidi confiar.

 

Encontrei pessoas dedicadas, profissionais, atenciosas, solidárias, compreensivas e acessíveis, que todas juntas formavam uma equipa coesa ainda que heterogénea nas idades e experiências de vida. Tivemos uma sessão prazeirosa e produtiva, que nos deixou a todos (creio) com um sentido de dever cumprido e apreciado na sua totalidade, até mesmo na hora do almoço. Falámos de tudo um pouco, partilhámos recordações de adolescência, músicas  e referências comuns e diversas, conversámos sobre filhos, casamentos e namoros, discutimos o futuro e o presente, escutámo-nos uns aos outros e meditámos em conjunto sobre coisas como a educação, o trabalho, o dinheiro, as realidades rurais e urbanas...enfim, fomos humanos sem nunca baixarmos a fasquia. Estou grata a Deus por isso.

 

A La Redoute está de parabéns, e o motivo não acaba nas ofertas do catálogo. Está de parabéns porque pode contar com gente como a que conheci, profissionais de mão-cheia, que todos os dias fazem um excelente trabalho que, tendo um intuito claramente comercial, traz à luz a melhor parte de todos nós. E não chateia nada que, de caminho, me tenham posto tão bonita!

 

Cá vai o link:

 

http://www.laredoute.pt/magazinedetendencias/

 

E aqui está o vídeo:

 


 

I was invited by La Redoute, a french fashion catalogue, to be their Guest of the Month on their webpage and talk about how the brand has been a part of my life. It wasn't too far of a strech: their magazine came to Portugal many years ago, and since then it has been in our household on and off. Most of the people I talk to tell me the same thing: their catalogue was the first to give them a shot at getting some of the more famous brands we aspired to at decent prices. They always have great discounts on most of the items. But why am I talking about this? Because I want you to know that I did a job for them? Because I'm bound by contract to talk about it? Not at all. I am glad that I did get a job - I actually enjoy working - and the day I spent with the crew was great. Of course, it feels good to be a model again for one day - maybe because it was just for one day ; ) - and to put on some make-up and have someone do my hair, and choose great clothes for me, to play doll, basically. But beyond all of this girly stuff, there's a lesson to learn.

 

I went into the job with a certain heaviness in my chest. It was raining hard, the car ride was kind of long, I hadn't slept very well - my head was full of thoughts and concerns, stupid insecurities tipical of someone that thinks being 44 years old make you a bit long in the tooth to play cute girl on a photo shoot. To prove my point, I had racks of clothes that were a size or two too big for my body...my good friend Elisa d'Almeida (her blog is A Beleza É Um Lugar Estranho) did my styling while I hosted a show in a cable channel here in Portugal and she knows all about that. But my dysmorphia wasn't really the problem, nor was it the thing that concerned me the most. 

 

I was a model for years (I joined Central Models in '89, but I'd been working since '87) and some of the memories I have of the shoots I was in are connected to a certain working environment that I don't consider very healthy. There're a lot of peole on site, too many heads and opinions, and the red zone was normally attained by lunch time. By that time i usually got involved in conversations that weren't too edifying, a lot of malice and tongue-in-cheek comments, and almost by osmosis most of us ended up talking too much. I know this doesn't just happen in fashion: after all, when people have to be around people that they don't know too well but have to be familiar with they end up lowering their level to the most basic commom denominator: nonsense. And I was the queen of nonsense. Those who do knew me back in the day can say that, when let loose, I could be the silliest one of all. This was my weapon of choice back in high-school, a period of my life that still makes me shiver when I go past the building, in a time where my awkwardness made me try to make others laugh so I could fit in. Now, light-years from that reality and no longer feeling a real urge to please others at the cost of what I believe is right or wrong, I still find myself wanting to fill those blanks in conversation with little silly jokes. I habit I now detest.

 

For this reason, I went into this job concerned about what I was going to find there, what kind of people I'd have to work with, what they expected of me, what I could give them that wouldn't compromise the things I value as important. It seems tiring, doesn't it? It is. I decided to surrender all these thoughts to God, to believe that what was doesn't have to be so again, that my past doesn't have to condition or shape my present and my future. I decided to trust. 

 

I found dedicated, professional, attentive, understanding and approachable people, and together they formed a cohesive team even if they differed in age and life experiences. We had a very productive and pleasurable shoot, that left us all (I believe) with a feeling of job well done and enjoyed in its entirety, even at lunch time. We talked about everything, we shared common memories from the 80's and 90's, songs we danced to and bands we admired, diverse impressions of mutual recollections, we talked about children and marriage, about dating and commitment, we discussed the future and the present, we listened to each other and meditated together on things like education, work, money, rural and urban realities, differences that ended up connecting us all somehow. We were human without ever lowering our standards. I thank God for that.

 

La Redoute does a great job, but this time I'm not praising their selection of clothes and accessories: I'm praising their human capital, people in their payroll that do more than just work to increase sales at a certain quarter. Who they are as people adds immensely to the value of the company, and everyone should be aware of that. And yes, it doesn't hurt that they made me look great in the process!

Autoria e outros dados (tags, etc)

FavTV

Quinta-feira, 26.12.13

Uma nota rápida para vos dizer que já criei o canal da Meo chamado FavTV, onde já coloquei alguns dos meus vídeos preferidos, pessoais e não só...espero que gostem!

 

Sorry...I wish you guys could watch this too, but it only works in Portugal!

FavTV

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

What A Wonderful World

Quarta-feira, 18.12.13
O primeiro post é sempre o mais difícil...mas desta vez não foi. Na minha caixa de correio tinha a prenda mais bem embrulhada que poderia querer...mas antes de dizer porquê, vou falar desta extraordinária Academia de Guitarra. É uma escola desdobrada em 5, mas a sede fica em Algés. A liderar uma equipa de mestres, está o Rafael André, professor de guitarra há mais de 20 anos. Estudou na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas Hot Clube de Portugal com Mário Delgado, Vasco Agostinho, André Fernandes, entre outros. O resultado é um grupo de miúdos que está a aprender o que é dedicação, entrega, trabalho, sentido estético e, de caminho, música. E é uma coisa linda de se ver. Desde que tomei contacto com eles, há cerca de 2 anos, que me apercebi que estava perante gente para quem a música é um dos melhores veículos de entendimento entre as pessoas, que melhor diz aquilo que nem sabemos muito bem como explicar ou descrever, que fala por nós quando as palavras não chegam. E por causa disso mesmo, porque há imagens e sons que nos deixam um vislumbre do futuro que não quero estragar, deixo-vos com o vídeo de What A Wonderful World, de Lois Armstrong, o vosso presente de Natal da Academia de Guitarra. Definitivamente, uma das minhas Favourite Things. Feliz Natal, pessoal. A minha prenda está no minuto 3:09...


The first post is always the hardest...but this one wasn't. In my mailbox, I found the best present I could ever get. Before I explain why, let me tell you about this amazing Guitar Academy. It's 5 schools in 1, with its headquarters at Algés, near Lisbon. Leading this team of masters, is Rafael André, who's been teaching guitar for over 20 years. He studied at Escola de Jazz Luiz Villas-Boas Hot Clube of Portugal, one of the most prestigious in the country. These students are learning dedication, commitment, work, a sense of aesthetics, and of course, music. It's a beautiful sight to see. Since I came across this school, almost 2 years ago, I soon realised that I was dealing with people that saw music as one of the best means of understanding others, the best way to say things that we can't really explain or describe, that speaks for us when words are not enough. For this reason, because there are images and sounds that can give us a glimpse of a wonderful future I could never elaborate on, I leave you with What A Wonderful World - the school's Christmas video for 2013. Definitely, one of my favourite things. Merry Christmas, everyone. I got my gift at 3:09...




Autoria e outros dados (tags, etc)


Comentários recentes/ Recent comments



Posts mais comentados/ Most commented