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Insurgentes

Domingo, 25.05.14

Em dia de eleições, mesmo as Europeias, pareceu-me pertinente este post...

 

Chegou-me às mãos o livro O Economista Insurgente, de Miguel Botelho Moniz, Carlos Guimarães Pinto e Ricardo Gonçalves Francisco. Os autores contribuem para um blog chamado Insurgente, ao que parece controverso, e chega-nos agora este texto escrito a três mãos que pretende explicar, trocado por miúdos, - e até eu que não percebo nada disto entendi melhor muito do que aqui é discutido - questões tão simples ou tão complexas como Por que é que os professores estão sempre a protestar? Porque é que os transportes públicos funcionam tão mal em Portugal? Porque é que não se conseguem cobrar dívidas? Ou ainda: Porque é que temos salários tão baixos e ainda dizem que têm de ser mais baixos?

 

As respostas a algumas destas questões têm por vezes um pendôr ideológico que poderá incomodar alguns, mas no geral posso dizer que aquelas satisfazem na sua análise do tempo e do contexto sociológico de cada mudança recente na política portuguesa, e das consequências dessa mesma mudança para o momento presente e futuro.

 

Muitas das razões por detrás de coisas como o custo do ensino público vs privado, ou a razão porque temos um  preço tão elevado do combustível e tantas discrepâncias dentro da mesma marca, ou ainda porque é que parece que faltam médicos quando a nossa média per capita é superior à europeia, fizeram-me pensar. Não sei se isto é bom ou mau, uma vez que a minha linha de pensamento levou-me a uma conclusão algo desmoralizante: isto está tôrto, e é de origem. Instalou-se o vício, a ganância, o favoritismo e regra geral podemos dizer que nem se trata desta ou daquela ideologia, de comunismos, socialismos ou liberalismos, mas sim de um sistema prevalecente no Mundo: a Plutocracia. Encontrem onde está a maior concentração monetária, e encontrarão a bússola para onde apontam as decisões políticas. Acresce que a democracia, sendo o melhor sistema imperfeito que o Homem inventou para se governar, assenta num princípio que já o economista Medina Carreira (a quem tantos, nos tempos das vacas gordas, gostaram de chamar Velho do Restelo) denunciava como falacioso e perigoso: a popularidade. Quem souber coçar melhor a comichão ao povo, ganha mais votos. 

 

É claro que - e eu avisei - tudo isto nos deixa com um sabôr amargo na bôca e uma sensação de desesperança que pode ser suficiente para evitar que se recomende tais leituras a quem quer que seja. Mas como o sistema da avestruz parece também não trazer grande alívio a médio prazo...mal por mal, prefiro saber. E se você também, então recomendo a leitura deste Economista Insurgente, editado pela Esfera dos Livros.

 

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Moralidade

Terça-feira, 20.05.14

Ontem aconteceu-me uma coisa que, parecendo pequena, me fez pensar durante muito tempo - ao ponto de querer escrever isto. Eu conto:

Ao parar por 15 minutos numa rua de Lisboa que só tem lugares com parquímetro, fiz o que a maioria faz - paga pelo bilhete da EMEL. O que ia fazer, fiz rápido e quando me meti no carro para voltar para casa nem se tinham esgotado ainda os minutos a que tinha direito. Manobrei para sair do lugar onde estava e fiz-me à estrada. Não tinha ainda feito 20 ou 30 metros e vi um senhor que gesticulava na minha direcção, no meio da rua. Intrigada, abrandei a marcha e desci a janela. Era um homem de talvez 30 anos, bem vestido e educado, que assim que eu parei o carro me perguntou: a senhora estava estacionada? Respondi que sim. E tem o ticket? Sim. Podia dar-mo? Aqui parei um segundo, não mais, tendo chegado à conclusão que me pedia para fazer aquilo que não era de todo novo para mim: quando não uso todos os minutos do recibo é normal dá-lo a outros condutores que estejam a chegar. Estendi o bilhete e nem perguntei mais nada. Mas ele continuou, enquanto eu já me preprava para avançar com o carro e dar a conversa por encerrada: é que bloquearam-me o carro e eu quero ligar para lá e dizer que tinha o bilhete no carro mas que estava fora de vista...

Aqui já demorei um bocado a processar, e fi-lo enquanto dava um sorriso amarelo e entrava na estrada principal, ainda meio distraída com o que acabava de ouvir. O senhor não tinha pago, mas como lhe tinham bloqueado o Mercedes ele ia ligar para lá e mentir. Com o meu bilhete. Com a minha ajuda. Com a minha conivência e cumplicidade. O estômago ia ficando cada vez mais embrulhado conforme eu ia entendendo como a distração nos pode ligar aos actos que por princípio desaprovamos. Ao ler isto, calculo que muitos de vós já estejam a revirar os olhos e a pensar - mas a mulher está parva? Qual é o problema de enganar a EMEL? Eles não tramam a gente tantas vezes? Bom, pode até ser, mas se eu não sei ter a integridade de voltar atrás e dizer Desculpe, mas eu não participo desses esquemas porque me chateia a burla (ou o que lhe quiserem chamar) mesmo quando é perpetrada contra uma empresa pela qual não nutro especial simpatia, que direito tenho eu de reclamar quando alguém me tentar burlar a mim? Quando alguém me mentir na cara? Quando alguém me quiser enfiar o barrete? Nenhum, meus caros, nenhum. E não me entendam mal - este post não é uma maneira de eu puxar as orelhas ao dito senhor pela internet...eu também já fiz muita trapalhada deste género, mas não quero é fazer mais, nem ajudar outrem a fazê-lo. Este post é para puxar as orelhas, sim, mas a mim mesma. Por não me lembrar dos meus valores, por não honrar os meus princípios, por não ter a coragem de, quando falho, voltar atrás e emendar o mal. Ele está feito, e isso lixa-me.

 

P.S. E esta agora lembrou-me as palavras do apóstolo Paulo na Carta aos Romanos: «Miserável homem que eu sou; quem me livrará do corpo desta morte?» Pois.

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Dar e Receber

Quinta-feira, 01.05.14

Um dos objectivos deste blog é dar o conhecer o que se vai fazendo de bem pelo mundo fora, e em Portugal especialmente. Acredito que, com a visisbilidade que tenho, há uma responsabilidade acrescida da minha parte em informar e inspirar quem se dá ao trabalho de me ler do que de bom se vai fazendo - até porque os motivos para desmoralizarmos (e o anúncio de mais um aumento do IVA não ajudou nada) são mais que muitos - esperando assim que tanto eu como vocês nos convençamos de que o antídoto para o medo é a acção...acredito mesmo nisso. Então, vamos a isto?

 

Já ouviram falar numa página de Facebook que se chama Dar e Receber? Eu também não conhecia, mas ao passar por uma paragem de autocarro em Lisboa dei de caras com um poster que anunciava esta iniciativa, e fiquei curiosa...fui ver. Vejam também aqui e aqui.Transcrevo uma parte da descrição:

« O projeto Dar e Receber.pt é uma iniciativa da ENTRAJUDA e da Cáritas Portuguesa que promove uma nova forma de ajudar quem precisa. O objectivo é mobilizar toda a sociedade e incentivar a cultura do voluntariado e o exercício da responsabilidade social em todo o País. Com facilidade estabelecer uma ponte entre quem quer ajudar e dar – tempo ou bens – e quem precisa de receber. Um verdadeiro ponto de encontro entre quem dá e quem precisa de receber.»

 

Ao que parece, funciona em três vertentes, todas elas muito úteis:

 

«AJUDA - Respostas Sociais em Rede
A plataforma Dar e Receber.pt permite pesquisar, de forma simples e intuitiva, as respostas sociais existentes. Promove o encontro entre quem necessita de ajuda e as instituições que têm capacidade de dar resposta perto da sua área de residência.

TEMPO - Bolsa do Voluntariado
Hoje o maior síte português de voluntariado, com 25.000 voluntários registados e mais de 1.300 instituições inscritas. É um ponto de encontro entre as necessidades e as disponibilidades do voluntariado, juntando num mesmo espaço voluntários de todas as idades e tipo de interesses e motivações com organizações e instituições de diversas áreas (solidariedade social, cultura, ambiente, protecção dos animais, etc.) e, aina, empresas que tenham preocupações de sustentabilidade e de responsabilidade social e pretendam facilitar o voluntariado empresarial.

BENS - Banco de Bens Doados
Uma ferramenta online que coloca em contacto as pessoas e as empresas que pretendem doar bens e equipamentos com as instituições e organizações que deles necessitam. 
Ou seja, uma armazém virtual de produtos que têm utilidade social e podem encontrar uma nova vida, novos donos.»

 

Excelente ideia (mesmo que não seja totalmente original), excelente iniciativa. O desânimo que nos trouxe o IVA pode esperar.

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The Killing

Segunda-feira, 28.04.14

Não vejo muita televisão, sobretudo porque há poucas coisas que me prendam a atenção. Há tanto para detestar nas programações dos vários canais que acabei por desistir de acompanhar o que quer que seja...faz-me mal ao coração. Mas de vez em quando aparece qualquer coisa que nos faz pensar que afinal vale a pena ligar o aparelho. The Killing, com as duas primeiras temporadas a passar no FOX Crime, é um desses casos.

 

Feito a partir de um original dinamarquês, chamado Forbrydelsen (O Crime), tem uma tradução para a realidade anglófona que está bem conseguida. Ajuda com certeza o facto de ser gravado no Canadá, país onde a luz poderá encontrar um paralelismo com os ambientes escandinavos. Seja como fôr, a liguagem não é a das séries americanas do costume, a começar por toda a imagem dos actores/ personagens. A abordagem habitual ao aspecto físico dos participantes é uma das razões porque deixei de acompanhar séries como CSI e afins...eles podem ser médicos, polícias, bombeiros ou modelos de passerelle...vestem-se todos da mesma maneira, vão ao mesmo cabeleireiro, fazem as mesmas madeixas e maquilham-se nos melhores salões de beleza. Faz sentido? Para mim, não. Para mim, descridibiliza por completo o trabalho do actor - quando ele existe - e impede uma coisa que já foi quase sagrada mas que parece estar esquecida nas produções ficcionais dos últimos 20 anos - suspension of disbelief (suspensão da descrença, um termo que remete a 1817, quando o poeta e filósofo esteta Simon Taylor Coleridge primeiro o definiu como o processo segundo o qual o autor conseguia infundir no espectador uma perspectiva humana e uma semelhança com a verdade numa narrativa ficcionada, fazendo com que  este último suspendesse a capacidade de julgar a implausibilidade da narrativa). Se o ónus já esteve no autor, nas últimas décadas ela passou a ter de estar no espectador. Para mim, não faz qualquer sentido que assim seja...mas enfim.

 

Voltando ao The Killing...aqui não há top models nem celebridades. O sucesso do produto não depende de nomes sonoros, de CGI aos molhos e  de camadas de maquilhagem. Depende da qualidade da equipa que o produz, e assim deveria ser sempre. Também não recorre ao golpe baixo (literalmente) de tirar as cuecas a umas quantas personagens para satisfazer os nossos instintos mais voyeristas. Há uma ou outra cena de sexo, sim, quando se justifica e nunca revelando mais do que o necessário. Acima de tudo, não têm o propósito de estimular sexualmente o espectador, mas de lhe contar uma parte da história como qualquer outra. Refrescante. Os polícias também não parecem ansiosos em saltar para a cama uns dos outros, para ir mantendo a atenção do espectador enquanto se varia de parceiro (sim, eu sei, sou eu que sou muito reprimida...) - acima de tudo, querem apanhar o culpado, querem fazer justiça, querem trabalhar. Revolucionário.

 

Só cá temos as duas primeiras temporadas, mas segundo a crítica as que lhe seguiram não valeram grande coisa...bom, não vi, não posso falar. Mas se vos interessa um produto diferente do habitual, uma história que prenda a atenção sem recorrer às acrobacias do costume, um grupo de actores que nos fazem esquecer que são actores ao fim de 2 ou 3 minutos...então vejam o The Killing. É tempo bem gasto.

 

 

 

 

 

 

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Querida Mãe

Sexta-feira, 25.04.14

A minha mãe faria hoje, dia da Liberdade, 78 anos. É difícil imaginá-la com essa idade, e se calhar faz sentido que assim seja - ela nunca quis que a víssemos senão jovem. Não é uma crítica, é um facto. Era uma mulher que nunca passava despercebida, mais que tudo porque era mesmo diferente das demais...as outras mães que me perdoem (e eu incluo-me nelas), mas quando Deus a fez, partiu o molde. É uma força de expressão, claro (Deus faz-nos a todos dessa maneira) e não quero com isto dizer que era uma mulher perfeita, mas não escolheria nenhuma outra para me carregar nos braços. E de alguma maneira, mesmo nas falhas, tinha qualquer coisa de comovente...não sei explicar. Tinha um feitio que oscilava entre o sanguíneo e o melancólico, o que fazia dela muitas vezes uma pessoa imprevisível. Para uma criança, isto nem sempre é bem vindo...mas hoje sou adulta, e já consigo entender bem melhor o que a movia. Uma das coisas que me lembro dela é que não odiava ninguém. Ficava muitas vezes profundamente magoada, mas não lhe vislumbrei um pingo de ódio em relação a esta ou aquela pessoa - e olhem que houve muitos que lhe fizeram mal, normalmente os que lhe estavam mais próximos. Não, não era perfeita. Ainda assim, daria metade de mim para que ela não tivesse ido tão cedo. Na altura, foi um golpe maior do que achei que conseguiria suportar. Hoje, é um golpe maior do que consigo suportar. Mas suporto. Afinal, a voz dela está muitas vezes nos meus sonhos, e ainda hoje, quando digo a palavra Mamã, vem-me à memória a mistura de cheiros que sempre lhe senti na pele. Foi-se a pessoa inteira, mas Deus deixou-me guardar uns pedaços no coração...

 

O livro Mãe Há Só Uma, compilado pela Diamantina Rodrigues em 2013 e editado pela Verso de Kapa, reuniu uma série de testemunhos de fuguras públicas acerca da sua mãe. Transcrevo hoje uma parte do texto que escrevi:

 

«Há 44 anos  que trago comigo a imagem de outra mulher, e a comparação nunca me favoreceu. A Mamã era mais, era mais que qualquer outra, e tinha palavras que enchiam o coração das pessoas. E era mesmo do seu coração que provinham as saídas da vida para nós, os filhos, para a família, os amigos, para todos os que na sua presença pareciam menos brilhantes, mais previsíveis...foi do seu coração que me amamentou, e gostávamos as duas tanto desse nosso ninho que o abraço durou 5 anos. Que aberração, pensam alguns...que bênção, digo eu.

São também 5 os filhos que deu ao Mundo, que o 6º ficou por nascer. E sabendo disso, cresce a minha admiração por si, não porque as melhores mães têm muitos filhos, mas porque cada filho que nos nasce leva um pouquinho de nós com ele– sabia que no cérebro do bebé se escondem células da própria mãe? - coisas que nunca nos serão devolvidas, e esses pedaços com que lhe ficámos, a Mamã nunca lhes sentiu a falta. Antes parecia ficar mais de si depois de cada parto – e que difíceis que foram todos, até ao último!

Não falámos muito as duas, mas sei que teve sonhos que nunca cumpriu. Sei que quase sempre fez o que outros queriam que fizesse, e que no dia em que decidiu que tudo ia ser diferente, muitos pensaram mal de si. Eu, por exemplo. Perdoe-me, mãe. Por favor compreenda que tudo o que um filho pequeno quer é que a mãe fique sempre igual, que nunca mude, que nunca se mostre independente ou completamente autónoma, e muito menos que pense em sair, em desaparecer, em fechar  a porta atrás de si e nunca mais pensar em nós. Por favor compreenda que eu não compreendia.»

 

Não compreendia, de facto...e acho que, de certa maneira, nem ela compreendia. Agora percebo à distância que as mães se sentem muitasvezes divididas em porções ínfimas e indistintas, que os seus corações sentem coisas que não podem exprimir, e que essa não-expressão é ao mesmo tempo coisa certa e coisa errada...acima de tudo, gostava de poder dizer-lhe isto a ela, e não a vocês...

 

Maria Helena era o seu nome, e um dos cantores de que sempre gostou foi Nat King Cole...por isso, fiz esta colagem de fotos que representam quase 54 anos de vida. Feliz Aniversário, mãe!

 

 

 

 

 

Today is Freedom Day, and my Mother would be turning 78. It's hard to imagine her at that age , and maybe it makes sense that it is so - she never really wanted to be anything but young. It's not criticism, it's a fact .

She was a woman who never went unnoticed , most of all because she was so different from all  the others ... myself included. When God made ​​her, He broke the mold. It's a figure of speech, of course ( God allways breaks the mold) and I don't mean to say that she was perfect, but I wouldn't choose any other to hold me in her arms. And somehow, even when she failed us or anyone else, there was something moving about her... I can't explain. Her nature was somewhat impetuous and melancholic, which made her a very unpredictable person. For a child, this isn't always easy... but now I'm older , and I can understand her better. One of the things I remember most about her is that she didn't hate anyone. She was often deeply hurt but others, and many times they were the ones that were closer to her, but there wasn't an ounce of hatred towards this or that person. But she sure wasn't perfect. Still, I'd give half of me so that she wouldn't have left so soon...at the time , it was a bigger blow than I thought I could bear. Today , it is a bigger blow than I think I can bear. But I bear it. After all , her voice is often in my dreams, and still , when I say the word Mom , the mixture of scents that made her skin always comes to mind. Gone is the whole person, but God left me with some bits of her in my heart ...
 
The book We Have Only One Mother, compiled by Diamantina Rodrigues in 2013 and edited by Verso da Kapa, convened a series of testymonies of celebrities and their mothers. Here's part of the text I wrote :
 
"For 44 years I've borne the image of another woman, and the comparison has never favored me. Mom was more, much more than any other, and she always had words that filled people's hearts. It was from your heart, Mother, that everything you did has flowed, and it was from it also that we have all proceeded...In your presence everyone seemed less bright, more predictable. It was also from your heart that you nursed me , and we both liked our nest so much that our hug went on for five full years. An aberration, some think...a blessing, I say.


Five babies came into the world through you. Knowing this my admiration grows, not because the best mothers have with many children, but because every time a child is made, the mother gives up a little bit of herself - did you know that the baby's brain holds a portion of his mother's own cells ? - These pieces we lose forever, but you never seemed to be missing them, and there always seemed to be more of you to give away after each one of us was born - and how difficult were those births, until the very last one!


We didn't talk much about these things, but I do know you had  dreams that were never fulfilled. Mostly, you did what was expected of you  and when the day came that you decided it wasn't going to be like this anymore, many people judged you. I was one of them. Please forgive me, Mother. Please understand that all a child wants is for their mother to never change, to never show complete independence and autonomy, let alone to think of turning around, closing the door, and leaving us behind. Please understand that I did not understand.»


It's true, I didn't. In fact...I think that in some way neither did she. At a distance now, I realize that realize that mothers often feel like they're being split into so many different directions, in tiny little indistinct portions, and their hearts are filled with things they can't express, and that that silence is both wrong and right...above all, I wish I could be telling her this, and not you.
 
Maria Helena was her name , and Nat King Cole was one of her favorite singers... so I made ​​this little photo collage that represents nearly 54 years of life. Happy Birthday , Mom!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A Voz

Quarta-feira, 16.04.14

Hoje é Dia Mundial da Voz! Aposto que não sabiam...não me admira, a voz é daquelas coisas que nunca valorizamos, até a perdermos. Mas acreditem que, tanto literal como figurativamente, é dos nossos maiores tesouros. A voz fala sem que nós queiramos, cala-se quando precisamos dela, parece ter vida própria quando nos emocionamos ou quando tentamos esconder algo que nos amedronta. É o escape de um instrumento maior que é o Corpo, outro bem que, graças à influência no pensamento moderno de algumas filosofias orientais e até do pensamento grêgo clássico, aprendemos muitas vezes a desvalorizar. Aquela cena do: o que é do corpo é básico, o que é da mente é elevado...não, não vem do Judeo-Cristianismo. Aliás, bem vistas as coisas, tanto o Judaísmo como o Cristianismo colocam o corpo numa posição de grande importância e destaque, de mãos dadas com o espírito. No caso dos Cristãos, acreditamos até que a eternidade não será vivida só em espírito, mas num corpo redimido. Mas adiante...hoje é Dia Mundial da Voz! A propósito disto, vou falar-vos da Associação Portuguesa de Locutores, que podem encontrar aqui...

 

A APL faz hoje 2 anos, mas já nasceu há mais tempo nos intentos e corações de alguns resistentes desta área. Falo do Alfredo Brito, do Bruno Ferreira, do Augusto Seabra, do Paulo José...mas não só. Somos quase 30 neste momento, e já perdemos alguns pelo caminho. É tarefa dura, e com potencial para muitos desentendimentos, esta de organizar artistas. Se o meu passado sindicalista no SNPVAC me preparou para lidar com algumas contrariedades próprias de mobilizar e moralizar um conjunto informe e heterogéneo de gente, nada se compara ao esforço de reunir debaixo do mesmo guarda-chuva de ética e profissionalismo perfis tão díspares como os que se encontram nesta área. Mas faz-se...e a propósito desta dificuldade, e do que poderá estar na origem dela, alguém me enviou pelo Facebook uma mensagem que ilustra bem a necessidade de nos agarrarmos a determinados valores e princípios, sob pena de desvirtuarmos por completo a nossa profissão que é tão significativa e importante. Vou transcrever:

 

«Creio que a algumas pessoas faltou terem uma professora primária como a minha que, dum modo infantil e simples fazia formação cívica. Aplicada a esta conversa ela contou uma vez a história das vendedoras de limões no mercado que vendiam cada uma 5kg de limões diariamente a 10 escudos o quilo. Até que um dia uma decidiu querer vender mais que as outras e baixou para 5 escudos o quilo. Não me querendo alongar, é óbvio que a história acabou com todas a venderem os mesmos 5kg diários, mas a 1 escudo o quilo. Moral da história dizia ela: a ganância a todos prejudica.»

 

Esta professora deveria ter recebido um prémio, por entender que é desde pequeno que se forma a consciência do Homem de que sem os outros conseguimos muito pouco, ideia que se abandonou em favôr de outro tipo de preocupações mais individualistas. Apela-se para o Eu e o Meu, e esquecemo-nos que o Nós é a base da própria sociedade, e que esta só perde quando tenta desvalorizar a virtude do associativismo. Passou a ser coisa de comuna (perdoem-me a expressão pejorativa). Como em termos de ideologia política cada vez me interessam menos os nomes dos partidos e mais o que eles de facto praticam - e já parece impossível de ignorar que o sistema não é democrático, mas sim plutocrático - não posso deixar de afirmar que precisamos de mais união nas nossas fileiras. Precisamos de união no trabalho, na família, na igreja, nas diferentes esferas em que cada um se move  e onde afirma a sua identidade. Precisamos de coesão e essa implica sacrifício - muitas vezes do que eu penso, do que eu quero, do que eu planeio - e essa, meus caros, é uma palavra que está muito fora de moda. 

 

Obrigada, Deus, por me teres tornado tão démodé.

 

Ah, querem ver o vídeo da APL? Ok

 

Já agora, hoje à noite vou estar no 5 Para a Meia-Noite do Markl. Apareçam.

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Guerreiras de Portugal

Terça-feira, 11.03.14

Este vai ter de ser em 2 partes...há tanto para vos contar! Mas bom, comecemos...

 

No passado dia 8 de Março, dia da Mulher, fomos convidados pela Câmara Municipal de Coruche para participar numa acção chamada Força de Viver. O convite veio por intermédio de uma mulher que tantas vezes nos tem ajudado a promover o Projecto Guerreiras, que só por continuar a acreditar no valor do projecto já tem contribuído e muito para que ele não fique por aqui...é co-autora do livro Amor Dentro do Meu Peito e fundadora da Associação ABC, cuja página de Facebook podem encontrar aqui. Tem tido uma paciência de Jó para com a nossa inércia, e também por isso estamos muito gratos à Dra. Ivone Patrão. Muitas das Guerreiras cujo testemunho e imagem recolhemos chegaram até nós pela mão desta psicóloga clínica que tanto se tem ocupado com o combate ao isolamento que uma doença como o cancro pode trazer à vida de tantos por esse país fora...ela é, também por isso, uma Guerreira.

A Câmara de Coruche fez um excelente trabalho também, na pessoa do Hélder Santos mas não só...a arquitecta Castelo Morais, por exemplo, teve um entendimento que classificaria até de sobrenatural do projecto nos seus contornos mais íntimos, e deu-lhe um destaque que nenhum de nós esperava. Foi incansável no seu desejo de criar suportes vivos que enquadrassem cada uma das senhoras no elemento em que as fotos foram tiradas, e o resultado foi inesperado, não só pela coerência, mas também por ser tão táctil e tangível. Foi um trabalho de amor. Aqui têm uma panorâmica:

 

Para quem não sabe, o projecto Guerreiras nasceu no ano passado, depois de uma gestação de 7 anos...foi um parto sofrido, como o outro...coloco aqui um excerto dos pensamentos do Tracy (que aliás também tem um blog em inglês que vale a pena ler) que deram origem às Guerreiras de Portugal:

 

«Consideremos as mulheres que, neste momento, lutam contra o cancro da mama. Lutam contra o medo, a perda, a solidão, as dúvidas e a exaustão, lutam em território desconhecido, num campo de batalha inundado pelo terror, e enfrentam um inimigo impiedoso. É impossível minimizar todas as adversidades com que têm de lidar e as mudanças que ainda ocorrerão nas suas vidas, mas o que quero é maximizar a história de esperança e de poder que vive em cada uma delas. Quero contar a história de 12 sobreviventes a todos os que enfrentam o mesmo inimigo.»

 

Esta ideia sofreu algumas mudanças, especialmente depois de ter percebido que as lições que podemos tirar destas histórias se aplicam a todos, já que o momento que vivemos em Portugal é de extrema adversidade e tribulação, e que do que necessitamos acima de tudo é de esperar. Uma espera activa - e por isso bíblica - que passa por nos encorajarmos mutuamente, por nos ligarmos mais e mais uns aos outros, por acreditar que Deus é soberano e que nada do que pensamos, fazemos, damos ou pedimos Lhe é indiferente. Um projecto assumidamente cristão, mas que ainda assim não pretende deixar de fora ninguém, independentemente daquilo em que acreditem. Acima de tudo, acreditamos que a Guerreira não é a que é derrotada pelo cancro, mas toda a mulheres que não baixa os braços perante o horror de perder uma parte tão íntima de si mesma. Estas mulheres aprenderam uma lição que deveria ser passada a todas as outras, de todas as idades, saudáveis ou não: uma mulher não se desvirtua por perder uma mama. Nem duas.

 

Os obstáculos têm sido tantos...para já, temos suportado todos os custos do projecto. Mas este não é o maior impedimento. Esse está cá dentro, encerrado no nosso coração, e diz coisas como Para que te incomodas? Achas que alguém se importa? Achas que o que fazes tem alguma importância? Não vês que ninguém liga?...às vezes só quero desistir. Mas depois, abro o computador e vejo a Guadalupe, a Maria João, a Janete, a Adelaide...e penso nas Marias e nas Anas que não têm onde abrir o coração, ou que têm medo de o fazer e depois não conseguirem parar de chorar, chorar, chorar...e percebo que não tenho o direito de parar de lutar. Quero dar-lhes voz. Quero dar-lhes esperança.

 

O projecto é uma página de Facebook, é uma exposição itinerante de 12 fotografias, é um e-livro que ainda queremos editar, é um grupo de partilha que queremos que se reúna mensalmente, onde podemos olhar nos olhos estas sobreviventes e convidar outras a contarem a sua história. Depois de Tavira e Coruche, queremos ir às outras cidades, mas também ao outro campo, a zonas em que as mulheres nem ousam pronunciar as palavras cancro da mama. Queremos estar com as que não têm Facebook, com as que preferem não saber de nada, que faltam aos rastreios e às consultas, queremos ajudá-las a encarar este bicho de outra maneira...será possível?

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Warning

Sexta-feira, 07.03.14

Ok, desculpem lá...mas desta vez vou sair do formato que eu mesma dei ao blog - o tal sítio para vos falar de coisas que me fazem feliz. É que chegou às minhas mãos um documentário feito pela cadeia de televisão alemã Deutsche Welle em que se fazem notar os riscos reais para a saúde de algo que vemos como benéfico a todos os níveis, para a carteira, para o ambiente, enfim...e temos de prestar atenção. Ainda ontem, num grupo fechado de Facebook vocacionado para a partilha entre mães de tudo o que consideramos importante para proteger a nossa família, ou para melhor cuidar dela, envolvi-me numa troca de opiniões com algumas mães que estavam preocupadas com a influência das ondas electromagnéticas na saúde das pessoas. Para quem se interessa pelo assunto, nada disto é novidade: tanto a lógica mais básica como os estudos credíveis que existem apontam para a recomendação viva de que evitemos a exposição a estas ondas sempre que possível. Mas depois também há outros estudos que dizem que não existem provas para desaconselhar o seu uso liberal...pense por si mesmo. O problema é...em 2014 elas estão em toda a parte. Estão presentes na Natureza (nas nossas células, tempestades, campo electromagnético da Terra) e estão presentes nas invenções do Homem, da baixa frequência (electrodomésticos) à alta frequência (telemóveis), das Bimbys (ou estou errada?) aos sistemas Wireless, em autocarros, restaurantes, centros comerciais, repartições públicas e locais de trabalho, passando pelos computadores e em aparelhos médicos, é só escolher. O excesso de exposição na sua duração e intensidade pode afectar-nos na nossa imunidade, na qualidade do sono, e até causar depressão...acredite se quiser. Mas o que eu não esperava, era que as lâmpadas de baixo consumo fôssem também uma preocupação...e não é por causa das OEM, apesar de emitirem uma radiação bastante alta. É pelo que está lá dentro, e o que verte cá para fora, e o que acontece quando alguma delas se parte...sabia que o mais sensato é abandonar o local e ensinar os seus filhos a fazer o mesmo, e arejá-lo durante 15 minutos, voltando depois com luvas e máscara, e tendo cuidados precisos na remoção dos detritos? Bem, não acreditem no que a maluca da Adelaide diz, mas vejam com os próprios olhos o que responde a representante do Comissário Europeu para a Energia, Marlene Holzner, e ainda o que uma bateria de cientistas e biólogos credíveis diz sobre o assunto no link que vos ofereço...e não batam no mensageiro. E depois disto, digam-me como acham que nos podemos mobilizar para limitar o uso destas lâmpadas, nomeadamente contactando empresas que sabemos que se importam com estas questões como o IKEA, para que nem comercializem tal coisa. Isto porque, na minha humilde opinião, o meio ambiente sai mais prejudicado com a produção destas lâmpadas do que se usarmos as incandescentes...não acham? Ora vejam lá, são só 28 minutos...

 

Ok, I'm sorry...but I'm going to get off the format here and tell you about something that doesn't make me happy. It's not one of my favorite things...except that doing something to change what's wrong can be great. A friend of mine posted this documentary that a very credible German tv network called DW produced, where a certain household item, that is commonly seen as something good for our finances and the environment, is portrayed as a health hazard. Just yesterday, in a closed Facebook group for Moms who share their expertise and concerns in various issues that pertain their family's well-being, I got engaged in an interesting discussion about Electromagnetic fields...how they impact living organisms. Many studies tell us that we should at least try to avoid over-exposure, in intensity and in duration, and there's other studies that say don't bother. The reality is: in 2014, they are virtually everywhere. Well, think for yourself: these EM waves can be found in Nature (our own cells, storms, the Earth's own magnetic field) and in Man-made items, in Low frequency (most kitchen appliances) and in High Frequency (cell-phones), in Wireless systems, in our offices, buses, restaurants, malls, even when you don't want it, they're there...good and bad, high and low. There's no escaping it. The effects of intense exposure to these EMW can be lower immunity, sleep disorders, depression...believe it if you will. But I'm not really trying to convince you to move to Antartica, what I want today is to tell you about that household item that you may think is harmless...I'm talking about Energy-efficient lights. Yep. That's right. Specifically, what's inside of those things, and what bleeds out of it even when they're just...on. If they do break, did you know that you're supposed to leave the room immediatly, and teach your children to do the same? That you're supposed to air out the place and only come back after 15 minutes, wearing gloves while you remove the bits in a very specific manner? I didn't. Don't just take my word for it, watch the documentary that includes the response of a representative of the EU Comissioner for Energy, and then hear what several cientists and biologists say, but please don't kill the messanger. Then, if you think you should, tell me what we can do to convince certain stores to not even sell them. I say this because it seems obvious to me that the environmental dangers are much scarier that with the incandescent light bulbs. Take a look, it's less than 30 minutes...

 

 

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A Nice é naice!

Sexta-feira, 28.02.14

Há muito tempo que ando para escrever um post sobre a minha amiga Nice...parece-me chegada a hora. A Nice é professora. A Nice é professora de Matemática. Ok, o post podia ficar por aqui, já que estas duas características da Nice já seriam tremendas o suficiente para eu lhe dar destaque. Mas há mais uma coisinhas que quero dizer...

Conheci a Nice na igreja de que faço parte - a Igreja Anteriormente Conhecida Como Igreja Baptista de S. Domingos de Benfica - que agora se chama Igreja Evangélica Baptista da Lapa, do Pastor Tiago Cavaco. Esta igreja tem a peculiariedade de não separar as crianças dos adultos durante os cultos...ou seja, ou se portam bem e não fazem barulho...ou se portam bem e não fazem barulho. Para muitos que nos vão visitando, tanto de outras igrejas como de nenhuma, isto é sempre motivo de perplexidade. Como é possível manter os miúdos sossegados quando se fala de assuntos que os ultrapassam, de crenças que ainda não partilham ou não entendem, e como se consegue o tal sossego durante quase 2 horas, sentados em bancos claramente feitos para Puritanos de gema? Lembro-me que, nos primeiros meses que vistei a igreja, isto me parecia completamente impossível. Confesso até que, enquanto o Kyle reclamava às vezes ruidosamente dentro de um salão com (então) menos de 30 m2, me sentia muitas vezes embaraçada e às vezes até irritada por não terem pensado em separar os miúdos dos crescidos...não fazia sentido. E aqui é que eu creio que houve uma mudança no meu paradigma.

Até então, eu acreditava - sem me aperceber - que devemos fazer o mundo à imagem das crianças. Parece mal? À partida, não. Principalmente quando as crianças são ainda bebés, sou completamente a favor de que tudo seja o mais possível pensado nas necessidades inerentes a um ser que ainda não diferencia o seu Eu do dos outros. Sou completamente contra métodos como o Estivill, por exemplo, que parecem ignorar a razão antropológica pela qual fez e fará sentido que um bebé necessite de dormir perto da mãe, e que acorde durante a noite para ter a certeza que a sua cuidadora continua ali, disponível. Para mim é claro que há uma fase da vida durante a qual é bem melhor que o bebé seja o centro daquele pequeno universo, e que as razões porque os pais parecem pensar o contrário têm mais a ver com o ritmo selvagem das nossas vidas, que não se coadunam com uma parentalidade feliz. Mas pensem comigo: não é curioso que quando os seres humanos precisam de total atenção para se tornarem seguros e felizes todos parecem estar interessados em ler livros e escutar conselhos que os ajudem a criar recém-nascidos autónomos (!), e quando eles crescem e começam a precisar de disciplina e correcção os pais mandam os livros e os métodos às urtigas e fazem tudo a olho? Exagero? Julgo que não. Sinto todos os dias esse puxão, essa vontade de dizer sim  quando quero dizer não, de dar quando já sei que devia reter, de liberar quando o problema pede condicionamento. E falho muito, como todos os pais. Mas como dizia, algo está a mudar em mim. Os facilitismos e os atalhos não se coadunam com a puericultura (e até acho que é isto mesmo que são os tais métodos...) e quando nos vemos no papel de intermediário entre o Mundo e o nosso filho, nada pode ser feito inconsequentemente. Sem pregar, mas já pregando, é isto mesmo que a Bíblia nos diz no livro de Provérbios: «ensina ao teu filho o caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele...». Como dizemos em Cristianês, esta palavra tornou-se rhema na minha vida. Ao insistir em ter as crianças connosco durante todo o culto, foi isto mesmo que a minha igreja me ensinou. Ao invés de isolar, incluíu. Ao invés de acomodar, instruíu. Eu aprendi, e o Kyle também. Mas o que é que isto tem a ver com a Nice? Pois...é que apesar de tudo, nem sempre consigo que o Kyle aceite estas condições, especialmente quando a Lia, que é uma menina da mesma idade com que o Kyle, com quem ele tem uma afinidade especial, se senta connosco. Tão especial que invariavelmente dá em discussão por causa de um brinquedo ou coisa afim. Isto até eu descobrir a fórmula certa: Nice + Kyle + Lia = Mamã descansada. E aqui vai o meu louvôr a professores como a Nice, que emanam uma autoridade natural (ou espiritual?) que as crianças reconhecem e respeitam. É vê-los sentadinhos, sossegados, a brincarem civilizadamente ou cada um para seu lado, mansinhos como cordeiros...ao princípio, até me deixou um bocado vexada ver que, com a Nice, os meninos eram uns anjinhos. Abençoada.

Por isto mesmo, fiquei muito feliz ao ver que a Nice, mais uma professora desempregada mas com 10 anos de experiência, tinha decidido não deixar que a falta de colocação não desse em falta de trabalho. A página do facebook é A Nice Explica, e até tem um site:

 

www.aniceexplica.net.

 

Além de ser uma professora 5 estrelas, também tem esta carinha querida:

 

A Nice Explica

 

Deixo-vos o conselho de mãe: se os miúdos precisam de ajuda na escola, vão ter com ela - A Nice Explica!

 

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Mesmo que fique parado...

Terça-feira, 04.02.14

A minha amiga Bertha Perez é uma mulher cheia de energia, que se levanta às 5 da manhã para orar por pessoas que às vezes mal conhece...é uma das minhas heroínas, sem dúvida. Ex-militar do Exército colombiano, casada com um Pastor evangélico espanhol e a viver em Portugal, parece não ter fim o número de actividades que a Bertha inicia e com as quais se compromete de coração. Uma delas dá pelo nome de Adan Portugal, ou Associação De Acção social para o Necessitado. O nome é bastante expressivo - é simplesmente uma ONG que desenvolve projectos que vão ao encontro de necessidades como vestuário, calçado, cuidados de saúde, (enfim, coisas básicas a que todos devíamos ter acesso) de determinadas populações mais fragilizadas, como por exemplo as pessoas com deficiência. Uma das acções mais regulares da Adan é a viagem a Marrocos, que acontece em Abril, e que mais uma vez este ano vai poder contar com voluntários das mais variadas áreas, especialmente a saúde. Sei pelos relatos que me chegam que esta oportunidade é uma verdadeira benção...também para os voluntários. É óbvio pelas fotos e vídeos que nos trazem que há muito a fazer, que as dificuldades são enormes, que seria muito mais fácil ficar em casa à espera que outros resolvam o que está mal no mundo...mas que algo acontece quando nos desafiamos para fazer algo talvez um pouco assustador e até arriscado, quando nos sujeitamos à possibilidade até de sermos alvo de troça ou descrédito, para simplesmente nos colocarmos na brecha por quem raramente tem voz para se defender a si mesmo. Se pensa que tem o que é preciso para fazer face a estes desafios - ou se pensa que não tem, mas ainda assim quer tentar - porque não fazer parte deste grupo? O melhor mesmo é contactar a Adan, e para isso assista a este vídeo que fiz para si...há muitas maneiras de ajudar mesmo que fique onde está!

 

My friend Bertha Perez is a very energetic woman, who gets up at 5 in the morning to pray for people that she sometimes barely even knows...she is undoubtedly one of my heroes. A former officer of the Colombian Army, married to a spanish evangelical Pastor and now living in Portugal, there seems to be no end to what Bertha can do, or to the level of commitment that she's capable of. One of her projects is an ONG called Adan Portugal - Social Action Association for the Ones in Need. The name is pretty expletive - it's simply an ONG that develops projects that meet the most basic needs like clothes, shoes and medical care (things that we should all have) of vulnerable populations, like people with disabilities. One of their most regular events is their trip to Morocco, which happens in April, and that includes volunteers that specialize in health care, but not only. I've been told that this opportunity is truly a blessing...also for the volunteers. It's pretty obvious when you look at their photos and videos that there's a lot of need out there, that you have to jump through all kinds of obstacles, that it would be so much easier to just sit on your couch and let someone else fix what's wrong with the world...but something happens to you when you challenge yourself beyhond your abilities, when you do something that's a little scary and maybe even risky, when you subject yourself to the possibility of being mocked or dismissed, simply to stand in the gap for the ones that have no voice to be heard. If you think you have what it takes to meet these challenges, or that you don't but you'd still like to help - why not be part of this group? The best thing you can do is contact Adan, and to know how just watch this little video I made for you...there're many ways to help even if you stay where you are!

 

 

 

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